domingo, 15 de janeiro de 2017

Capítulo 47 – Neymar e Julieta narrando – Se afasta ou ela morre

Terminei de beijar a morena, que eu não quis nem saber o nome, e sentei na mesa pegando meu celular vendo umas fotos da Julieta numa boate em Londres. Se ela pode por que eu não? Pedi uma bebida para o garçom, olhei pra trás vendo o Gil e o Jota me olharem torto e nem me liguei quando a tal morena voltou e sentou no meu colo. Avisei a Julieta que ela podia se divertir, sim, eu não iria proibir isso até eu arranjar as provas pra que eu pudesse dizer que não a traí.

Gil: Major, deu nossa hora. – quase arrancou a moça do meu colo e ela saiu sem nem dizer tchau. – Amanhã tem treino e se o tio souber que você tá aqui.
Junior: Eu não tô bêbado, Gil, posso ficar mais um pouco.
Jota: Graças a Deus que não. Agora vem, vamos.

Eles me arrastaram da Razzmatazz e eu pedi que eles fossem me levando até um dos locais que a Julieta mais gostava na cidade: Bogatell. Aquele tipo de praia tranquila que turista não visita muito, mas quem ia? Sentei num banco de lá, bem de frente pro mar e lembrei de como a gente conseguia ser feliz e não sabia.
Flashback on
Saímos de casa — já que não estávamos fazendo nada —, e viemos direto pra cá. Abracei sua cintura, ela beijou meu ombro e sentamos num banco com a minha mão sutilmente na sua coxa e a dela abraçada pela cintura enquanto apoiava sua cabeça no meu ombro.
Julie: Se um dia você terminar com a Bruna, o que vai fazer?
Junior: Te beijar na frente todo mundo.
Julie: Olha que se você fizer promessa junto a rainha do mar elas são atendidos.
Junior: O que? Desde quando?
Julie: Eu sei que parece ser estranho, mas dizem, eu não tenho certeza, que se os nossos desejos forem depositados a ela, como forma de oferenda, eles se realizam.
Junior: Mas tem que ter relação com o mar né?
Julie: Não precisa. Por exemplo, se você está angustiado com algo e precisa desabafar, peça a rainha do mar que lhe proteja.
Junior: Você não tá brincando né?
Julie: Não. Eu lembro que numa aula do convênio o professor de literatura chegou a falar que o mar significa o nosso ciclo da vida. O que temos dentro de nós? Água. O que tiveram os primeiros seres humanos já existentes na Terra? Água. É estranho, eu sei, e ele pode ser mistério para uns e entendidos por outros.
Junior: Tá e como faz pra jogar isso no mar?
Julie: Você pode fechar os olhos ou ficar mudo só olhando as ondas quebrarem e conversar mentalmente com ela. Abrir seu coração. – passou a mão no meu rosto e depois massageou meu pescoço. – Dizer o que está sentindo, o que você está preocupado ou que ela proteja a pessoa amada.
Passei uns cinco minutos com as nossas mãos entrelaçadas e escutando os barulhos das ondas juntamente com o barulho dos nossos corações. Olhava em direção ao mar e pedia para que ele sempre deixasse nossa amizade do jeito que ela está e que se tivesse que modificar algo seria em como passaríamos a ser namorados e não mais somente amigos.
Junior: Se o pedido não se realizar?
Julie: Digamos que você sente que o mar está agitado. Não basta simplesmente crer que é praiamar, e sim, no que o seu coração está sentindo quando você olhar em direção a ele.
Junior: Aperto no coração?
Julie: Também.
Continuamos olhando para mar até meu celular tocar e se quem eu esperava que fosse.
Julie: Atende. Ela não ligou à toa.
Junior: Mas não foi...
Julie: Atende. As respostas das água não vem de imediato.
Flashback off
O mar estava agitado. Da mesma forma como ficou assim que atendi a ligação da Bruna naquele dia. Naquele dia em que eu e a Julie nem namorávamos e eu vim aqui pedir a Rainha para que ela protegesse os nossos caminhos. Tudo bem que isso não faz sentindo algum, mas olhem, em toda a crença que é lançada, ela também é buscada. Já não aguentava mais ver a Julieta em braços que não fossem os meus e eu sei bem que ela não faz de propósito. Se um menino não chegar perto dela, querendo ficar ou algo assim, ela não corre atrás. Ela corre atrás da felicidade dela... que não necessariamente precisa ser beijando a boca de alguém.

Gil: Tá bem? – colocou a mão no meu ombro e sentou do meu lado. – É melhor a gente voltar.
Junior: Não tô bem, mas tô levando. – ele riu. – Por que a Julieta fez isso comigo?
Jota: Já que a poeira baixou desde aquele dia, eu preciso falar: meu irmão, a trouxisse te pegou de jeito hein!
Junior: Que?
Jota: A Julieta não fez nada. Ela só veio aqui comemorar o dia dos namorados e te pega na piscina, na maior intimidade, com duas minas que ela nem conhece. Tu acha mesmo que se ela visse a Julia e a Tatá por exemplo ia achar alguma coisa? Primeiro que eu duvido muito que as duas fossem ficar do jeito que tu estava e segundo que só puta mesmo pra fazer o que fez.
Junior: Eu sei que errei, Jotinha. A culpa é toda minha, mas como eu vou provar? Vou falar pro Gil ligar para as meninas, pagar passagem e mandarem ela disserem que fizeram isso porque quiseram?
Gil: Você mesmo disse que ela precisa curtir não foi? Deixa ela aproveitar e pensa que esse termino foi um tempo. Olha, eu sei que é difícil aceitar, principalmente pra você que a tinha tão verdadeiramente, mas agora é cada um por si e Deus por todos.
Junior: Eu posso ligar uma última vez? – puxei o celular do bolso, mas o Jota pegou da minha mão. – Eu preciso ouvir a voz dela. Nem que seja pela última vez.
Jota: Não faz isso contigo.
Gil: Tu sabe que ela tá bem.
Junior: Não, não tá. O mar tá agitado, as ondas tão grandes e eu tô com um aperto no coração como se algo fosse acontecer. Eu sei que isso é uma resposta.
Gil: Pelo amor de Deus, major, tu tá delirando antes de ter bebido!
Jota: Levanta daí vai!
Junior: Não! – sentia que minhas lágrimas já estavam escorrendo e eu tentava limpa-las a todo o custo. – Me dá o celular, Joclesio. Se ela me atender e tiver mal, vocês já sabem do que eu tô falando.
Jota: Não, cara, vamo embora porque olha...
Junior: Jota, por favor!
Jota: Não, Neymar Junior. Ela tá bem.
Junior: Não ta. Olha o mar, olha essas ondas, olha o barulho que ele tá fazendo como se tivesse querendo dizer que ele tá com raiva de algo.
Gil: Eita caralho... delirou.
Jota: O mar sempre fica agitado. Tamanho marmanjo não sabe disso.
Junior: Jota, me escuta. É sério pô. Eu não tô sentindo essa porra de aperto do nada.
Jota: Tu liga lá em casa.

Eles me puxaram do banco, olhei uma última vez pro mar tentando achar uma resposta e fechei os olhos enquanto as lágrimas escorriam e eu continuava com aquele aperto desgraçado.

Julieta on
Seguindo a ideologia de que éramos estudantes e de que o Matthew tinha bebido algumas para poder sair dirigindo, resolvemos ir e voltar da Cirque Le Soir de metrô. Saímos de lá, umas quatro da manhã e fomos conversando animadamente até a Piccadilly Line.

Julie: Qual é a cor dessa estação? Não consigo me acostumar com todas aquelas linhas.
Matt: Azul escuro. – respondeu enquanto me abraçava pela cintura. – A gente vai pegar essa e a District Line que é verde lembra?
Julie: Uhum. Como você aprendeu tão rápido?
Matt: Moro aqui desde pequeno. Acho que alguma coisa eu tinha que aprender né? – rimos. Era muito besta mesmo! – E você? São Paulo também não é pequena.
Julie: Andei poucas vezes de metrô até porque dona Patrícia se enquadrava em ser daquelas mães que tinham uma super proteção com os filhos.
Matt: Sei como é isso.
Julie: Ah sabe? – zombei por ele ser o mais rebelde dos irmãos. – Você que não obedecia a sua mãe né?
Matt: Jane nunca fui de se preocupar tanto comigo quanto ao Ham.
Julie: Tem alguma explicação?
Matt: Não. Talvez pelo Hamilton ser bem mais amoroso com ela do que eu.
XXX: Parados aí! – a voz era grave e eu segurei firme nas mãos do moreno. Virei para olhar e o cara estava encapuzado com outro lado. Todos os dois tinham as armas apontadas pra nós. – Passa a princesa.
Matt: Que? – ele me colocou atrás dele e eu segurei na sua cintura. – Vocês querem dinheiro? Celular? A gente dá.
XXX: Nós queremos a menina.
Matt: Ela fica. Me levem se quiser, mas ela fica.
Julie: Matthew, me deixa ir.
Matt: Tá louca? Não.
XXX: Se afasta ou ela morre. – agora as duas armas estavam apontadas pra mim.
XXX2: Meu amigo, ela só precisa vim com a gente. Se ela vier, todo mundo sai ileso.
Matt: Ela não vai! Me levem! Andem!

Num piscar de olhos, um deles me puxou, colocou a arma no meu pescoço enquanto o Matt brigava com o outro. Ouvia ele falar baixo "shut up" no meu ouvido toda a vez que eu tentava gritar ou chamar pela polícia local e por sorte, dois guardas apareceram na hora levando os caras. Não deu tempo deles levarem nada, graças a Deus! Matt sangrava um pouco no nariz, tinha um corte na sobrancelha e se recusou a ir ao hospital — tanto que eu tive que levá-lo pra casa.

Julie: Senta aqui. – coloquei-o no sofá e fui até a cozinha pegar a mala de primeiro socorros. – Você deveria ter me deixado ir no seu lugar.
Matt: Julieta, aqui não é Brasil. Os caras quando pedem pra levar a mulher é para estupro – deu até um nó na garganta. – Eu tô bem.
Julie: Tão bem que tá sagrando até a alma. – rimos e eu fui fazendo os curativos e no fim dei um beijo na testa dele em forma de agradecimento. – Obrigada.
Matt: Salvaria sua vida quantas vezes fosse preciso.

O clima ficou estranho e só foi salvo pelo meu celular tocando. Olhei a tela brilhando com o nome do Junior e recusei a chamada. Não demorou muito para o Gustavo me ligar e eu recusei novamente sabendo que como eu não atendi, o próprio amigo, tinha pedido que o Almeida me ligasse e por fim, resolvi atender o Guilherme, se não, imagina quantas ligações iria ser de todos esses meninos?

Gui: Amém, Senhor!
Julie: Nossa, Guilherme, não demorei nem cinco minutos.
Gui: Uma eternidade pra quem tá preocupado.
Julie: Eu tô bem, Gui. – tentei não parecer nervosa porque, de alguma forma, eu sabia que o Junior havia sentido o que tinha acontecido. Lembra que a tia Na sempre fala que temos uma ligação? Ele sente e eu sinto também. – Qual foi o problema dessa vez?
Gui: Um certo parceiro meu, lá em Barcelona, ligou dizendo que a mina dele tava precisando de ajuda.
Julie: Ex mina dele pra que fique bem claro. E não, Gui, eu não estou precisando de ajuda. Aliás, avisa para o seu parceiro de Barcelona que eu estou muito bem obrigada e que o Matt está aqui me ajudando.
Gui: Tu tá vacilando, loira.
Julie: Gui, o seu amiguinho querido vacilou comigo quando levou aquelazinhas lá pra piscina, ficou de chamego e tudo mais, e quando eu estou com o meu amigo, quando ele me ajuda num quase assalto, eu que vacilo?!
Gui: Tu foi assaltada?! Te machucaram?
Julie: Não, Gui! Me escuta – ele falou um “ahn”, de longe deu pra ouvir a voz do Gustavo e eu respirei fundo. Olha no que o Neymar Junior me mete... – eu quase fui assaltada. Matthew brigou com os assaltantes e fica tranquilo que eles não me machucaram.
Gui: Mano, não me deixa mais preocupado que eu tenho um filho pra criar.
Julie: Que bonitinho meu Deus do céu! – sei que ele revirou os olhos. – Pode ficar tranquilo que eu tô bem e qualquer coisa eu tenho o Matt pra me salvar.
Gui: Tá, tá bom então.

Desliguei e olhei para o Matt que dormia do meu lado. Dei um beijo na testa dele, que se mexeu e nem tchum mesmo assim hahaha, e fui pro meu quarto despreocupada porque meu sofá era aqueles bicama sabe? Então, conforto não iria faltar.
Julieta off

O que aquele inglês filho da puta tinha que está fazendo no meu lugar? Era eu quem deveria estar lá com ela e não ele! Andei de um lado para o outro do quarto, Gil tentou ficar me dizendo pra eu ter calma, que talvez, talvez eles só sejam amigos, e sinceramente, eu não mais confio tanto nesses tipos de amizade. A Julieta pode até considera-lo só amigo, mas ele, eu sei bem que tipo de amigo quer ser e o pior de tudo é saber que ela vai, uma hora ou outra, cair no papo de gavião dele.

Jota: Já que tá tudo resolvido, tá tudo ótimo, partiu dormir?
Junior: Ela não podia...
Gil: Antes de você ficar achando que ela estava certa ou errada de estar com outro homem, pensa que isso tudo foi sua culpa e que agora você tem que dormir pra pensar em como fazer pra tê-la de volta. Cabeça erguida, major.
Junior: Eu sei que eu errei, não precisa ficar jogando na cara de cinco em cinco minutos pô. Eu vou reconquistar a Julieta, nem que pra isso, eu precise tirar o Matthew do meu caminho.
Jota: Sabe qual é o teu problema, Juninho? – neguei. – É sono. Vamos dormir que eu já tô cambaleando aqui.
Junior: Boa noite então viu! Só aviso que a Julieta vai ser minha muito antes do que vocês esperavam.

(...)

Tornei a discar pelo número da Schütz e nada dela atender. Gustavo me disse que hoje mais cedo falou com a loira e ela disse que estava se arrumando pra festa de aniversário da Jessica. Vi mesmo que ela postou uma foto dando os parabéns, até a Rafaella, comentou e eu me surpreendi porque a senhorita minha irmã morria de ciúmes da tal inglesa “cinquenta por cento brasileira”. Resolvi vagar pelas redes sociais enquanto esperava um dos dois patos, do Gil ou do Jota, perderem no vídeo game pra eu jogar até que vi a bendita foto da Julieta com um decote filho da puta de grande, um vestido branco com uma fenda e a porra da mão do inglês segurando a cintura dela. Era em frente ao espelho e pra quem visse pela primeira vez, poderia até dizer que não seria nada, mas pela legenda e pelo o que eu sei por trás, aí tem.

@julietaschutz: Be the reason someone smiles today @matthewharries #Jessie21
@matthewharries:
Love girls that make me smiles 
@jessieleicester:
Part of me 💗
@pedrosenna: Nessa foto temos o Matthew tentando ser sociável e não conseguindo e a Julieta que voltou do Rio morena
@tiagosoeiro:
Dar cor do pecado, fiu fiu
@samuniz: Me empresta um pouco dessa melanina
@njrmylove: Quem é esse menino que vive do lado dela?
@anjoneymarjr:
Meu casal tem que voltar
@rafaella: Linda, cu
@worldneymarjr:
Esse comentário da Rafaella salva tudo
@jugvalente: Nem eu consegui ficar dessa cor
@tata_estaniecki: O sol só gostou dela
@gaabimoraes_: Genética boa né?
@laila.santos:
Me leva pra Londres, nunca te pedi nada
@nadine.goncalves: Linda, meu amor
@reasonjuninho: MORTA COM ESSE COMENTÁRIO DA TIA
@neymarpai_: Vê se visita mais vezes
@fredschutz: Boaaaa, tio
@teusorrisojuninho: Vocês são os melhores 💗 Julieta é linda sempre!! 😍

Jota: Major, pode vim. – ele me olhou e eu não conseguia desviar os olhares daquela foto. – Tá chorando?
Marcela: Eu fiz aquela torta de bana... – foi de aproximando ali da sala - Que aconteceu, Juninho?
Junior: Eu perdi.
Álvaro: Tu nem jogou, leso.
Junior: Não tô falando disso, Álvaro... – estiquei o celular. – Não tem mais volta.
Gil: Já pensou no aniversário da Rafaella? – o olhei sem entender. – Eu duvido muito que ela não convide a Julie e a loira não vá. Talvez seja o momento de vocês conversarem lá e se resolverem.
Marcela: É uma boa até porque eu não vejo nada demais nessa foto – deu os ombros.
Álvaro: Esse é aquele menino que o Juninho não vai com a cara, Ma. – ela fez um “ah ta”, mas sei que continuou achando que são apenas ideias da minha cabeça. – Eu quero essa torta de banana.
Jota: Só pensa em comer, moleque.
Álvaro: Duvido que cê não quer também

Saí dali, andando até o jardim e fiquei pensando nas mil e possiblidades dos dois estarem se beijando loucamente, de várias fotos saírem deles, da Rafaella virar amiga deles... eu não conseguia parar de pensar na possibilidade de ter perdido a mulher da minha vida por tão pouco. E o pior, não tem explicação pra isso. Como eu vou dizer a ela que não aconteceu nada? Marcela se aproximou e serviu de colo pra mim porque nessas horas era o que eu estava mais precisando.

(...)

Julieta on
Se tem uma coisa que brasileiro iria odiar nos ingleses é o calendário com feriados. Se no Japão tem três ao ano, aqui são oito e eu aproveitei uma dessas folguinhas para fazer o quê? Viajar. Europa tudo é rápido e prático. Amo tanto que nem sei! Dessa vez iria para Paris e eu pedi para o Matt me deixar na estação já que Eurostar sairia muito mais barato, e só não fui andando por motivos de: malas. Só saí quando ouvi a buzina do carro tocar. Entrei, coloquei o cinto e o querido estava me olhando.

Julie: O que foi?
Matt: Você é tão linda. – passou a mão no meu rosto.
Julie: É... Matt, vamos logo que eu posso perder o voo.
Matt: Julieta, você não está mais com o Neymar e não tem problema para namorar com mais ninguém.
Julie: Só o que o que eu sinto por você é só amizade. Desculpa.
Matt: Tudo bem. Eu disse que ia superar e vou conseguir.
Julie: Quem era aquela morena que um dia desses eu vi você com ela? – ele negou. – Ah, Matt, ela é gente boa! Tenta vai. Olha, eu vou ficar muito feliz se você tentar um relacionamento depois de tanto tempo.
Matt: Prometo que vou tentar.
Julie: Assim que se fala! – bati no ombro dele que riu enquanto dirigia. Respondi ao David que disse que ia estar no Parc des Prince para o jogo de mais tarde, mas a mulher do Thiago iria estar na estação. Não demorou muito para chegarmos. – Obrigada viu?
Matt: Boa viagem. – beijou minha bochecha. – Me liga quando chegar.

Por um segundo, eu lembrei de quando o Junior fazia isso toda às vezes em que eu saía de Barcelona ou das poucas vezes em que ele ia pro Brasil e eu repetia a mesma frase. Como ele foi capaz de tudo aquilo e acabar com tudo? Limpei as lágrimas ralas que caíram, dei um beijo na bochecha dele e saí. Dez minutos depois, entrei no trem, sentei no meu lugar e postei uma foto que tinha tirado em casa.

@julietaschutz: Como viajar nesse frio? ☃
@seusorrisonj: Que linda
@rafaella: Nem chama
@sorrisojuschutz: Vai pra onde amor?
@davidluiz_4: Vem logo
@geezerslovers: Mal terminou com o Neymar e já tá nos braços do David
@hugogloss: Rycaaaa
Olhei mais alguns comentários, respondia-los e coloquei meu celular no modo avião. [...] Três horinhas e meia depois eu estava onde? Em Paris! Bienvenue la Ville Lumière. Peguei minha mala, fui levando até a porta e logo vi a Belle segurando os dois pimpolhos do capita junto a ela.

Belle: Pensei até que tinha desistido, menina.
Julie: Imagina! – lhe abracei. – Tudo bem? Desculpa o incomodo. Eu disse pro David que não queria incomodar.
Belle: É bom que faz companhia pra mim! – rimos. – Esses são Isago e Iago.
Julie: Oi, tudo bem? – me agachei e dei um beijo na testa de cada um. – Que horas é o jogo?
Belle: Então, a gente vai ter que correr porque é daqui a pouco.
Julie: Então vamos!

Não tinha muita coisa na mala. Seriam três dias e os dois pimpolhos foram levando os buquês que eu ganhei dos brazucas do Paris. Respondi as meninas, minha mãe e de repente vi brilhar uma notificação do Instagram dizendo que tinha uma direct pra mim. Abri achando que seria alguma fã do Junior, mas na verdade era ele.
Você me bloqueou e eu não tive escolha
Já falei com o David e ele me disse que vocês não têm nada
Confiei nele... mas por que Paris?
Desde quando eu preciso lhe dar satisfação?
Julieta, não faz assim
Saí dali, fiquei analisando os prédios das boulevards e logo chegamos ao estádio. Entramos, fomos direto para o camarote e o Isago veio trazendo uma torta pra mim.

Julie: Pra mim? Não precisava!
Isago: Papai que deu, tia. Ele, tio David, tio Marquinhos, tio Lucas e tio Max.
Julie: Belle, eu não tenho condições com uma coisa dessas.
Belle: Eles gostam bastante de você. Deixa eu tirar uma foto pra postar no meu snap.
Julie: Rainha do snap! – fiz uma posse, ela tirou e logo depois me enviou. – Vou postar também.

Editei a foto, coloquei uns efeitos e postei.

@julietaschutz: Já querem me engordar é isso? Mal cheguei e olha que surpresa boa! 😍 Muito obrigada @thiagosilva_33 @marquinhosm5 @davidluiz_4 @lucasmoura7 e Max! Já tô me sentindo amada por aqui! #AllezParis ❤️💙 @ Parc des Princes
O jogo terminou três a zero para o Paris, com gol do Marquinhos, um gol do Ibra que eu nem preciso dizer que fiquei babando pela genialidade do sueco e um gol do Luquinhas, awn amorzinho! No interim disso, conheci a noiva do Marquinhos, Carol, e a namorada do Lucas, Larissa — outros amores que encontrei por aqui e, enquanto esperava pelos bonitos na saída do estádio, fiquei brincando com Iago e Isago.

Belle: Acho que vamos no Corcovado.
Julie: Desculpa, oi?
Iago: É um restaurante aqui, tia.
Julie: Ah tá! – rimos. Pensei que a Belle tava ficando doida. Uns minutos depois lá vem a cambada de brasileiros acompanhada do goleiro Kevin Trapp. David pendurou o braço no meu pescoço, bagunçou meu cabelo e beijou minha testa. – Palhaço! – revirei os olhos.
Thiago: Fala, filhotes! – fez uns toques com os pequenos. – E aí, Julie. – dois beijinhos ali, cumprimentei Marquinhos, Max e o Lucas, parabenizei logo pelos gols e o zagueiro capitão tomou a vez de falar. – Julieta, esse é o Trapp, nosso goleiro, Trapp essa é a Julieta, nossa amiga.
Julie: Oi, tudo bem. – falei em inglês por não saber muito bem a nacionalidade dele.
K Trapp: Olá. – sorriu. – Dois beijinhos né? – deu dois beijinhos e até eu ri disso.

Pense numa pessoa que ficou vermelha assim que virou para o David e ele estava rindo junto com o resto. Kevin deveria ter quase um e noventa, olhos verdes, loiro e um Deus grego que você não consegue falar um "oi" normal sem perder a compostura e a timidez — ainda mais tendo esses belos amigos que eu fui arranjar né? Decidimos ir no La Fontaine de Mars, à escolha do goleiro, e na divisão de carros acabei indo com ele.

Trapp: Juliet, – ri dele tentando falar meu nome em inglês. – desculpa, eu tô arrastando a língua né?
Julie: Tá tudo bem. – coloquei as mãos no casaco e fomos mais adiante para o seu carro. – O que você ia falar?
Trapp: Achei seu nome muito lindo. – corei. Deve ser o frio. – Não, isso não é uma cantada, por favor, não me entenda mal.
Julie: Sem problemas. De onde você é? Que mal pergunte. – ele acionou o alarme do carro, abriu a porta pra mim, deu passagem para eu entrar e gente do céu que homem é esse?
Trapp: Alemanha. – gooool da Alemanha. E que gol! Entrou no carro, pedi para ele ligar o aquecedor e fomos seguindo viagem. – Merzig. Não é uma cidade muito conhecida.
Julie: Minha mãe morou em Weimar e eu nasci lá.
Trapp: Mas você é brasileira né?
Julie: Isso. É uma confusão mesmo.
Trapp: Compreendo. – começou a tocar uma música do Frank Sinatra, mas não canta por ele. – Gosta? Eu posso mudar pra sertanejo, se você quiser. O David deve ter deixado umas aqui...
Julie: Deixa. – toquei na sua mão perto do rádio. – Eu gosto. De verdade.
Trapp: Sério?
Julie: Juro. E a voz da moça é suave combinando certinho com o tom da música.
Trapp: That someone so unforgettable thinks that I am unforgettable too.
Julie: No never before, has someone been more, unforgettable
Trapp: Unforgettable... – terminou de cantar e eu ri da nossa afinação belíssima pra não dizer o contrário. – Cantar talvez não seja pra mim.
Julie: Você já é um ótimo goleiro.
Trapp: Obrigado. – fomos conversando várias outras coisas, se conhecendo melhor, chegamos no restaurante e foi todo cortes comigo again. Os meninos já estavam por lá e Marquinhos foi o primeiro a soltar a gracinha de: "demoraram por quê?". – Deixa disso, Marcos.
Carol Cabrino: Chegamos ainda agora também. Não faz nem cinco minutos.
David Luiz: Eu só acho que tem cheiro de casal no ar.
Julie: Cheiro de comida. Hmmm... tão sentindo? – Trapp riu atrás de mim. – É francês aqui?
Trapp: O chefe é francês, mas varia muito.

Sentamos e estava típica mesa de casalzinho exceto para mim e para o senhor goleiro alemão que jogava num time de Paris, e que por sinal, podia não ser bom cantor, mas modelo iria ser e de bom tamanho. Ficamos por lá até o restaurante fechar e o Kevin me prometeu levar viva pra casa do David, mas antes passaríamos num lugar que ele não quis não me dizer qual.

Julie: Por que tanto mistério?
Trapp: Não é mistério, é só uma surpresa.
Julie: Que não deixa de ser um mistério. 
Trapp: Bom, como você vai passar três dias aqui e amanhã vai pra Disney com as meninas eu resolvi te levar para um dos primeiros lugares que eu conheci quando cheguei aqui em Paris. – fofíssimo! – Não sei se você já assistiu O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, mas vamos no bairro em que foi gravado o café de lá.
Julie: Montmartre? – ele assentiu. – Da Igreja de Sacré Couer?
Trapp: Não vale nem um pouco você saber menos de Paris? – riu.
Julie: Desculpa. Eu não sei tudo, mas continua sua explicação que estava linda.
Trapp: Como eu estava dizendo, senhorita, – estacionou o carro. – esse também é o bairro do Monlin Rouge. E vamos começar de um jeito diferente.

Saímos do carro, ele me abraçou pela cintura e fomos andando seguindo por tudo que aquele bairro gótico tinha de melhor. Começamos na estação de metrô Abbesses — uma relíquia art nouveau — paramos para tirar algumas fotos, seguimos para uma pracinha chamada de Place des Tertres, onde tem artistas de todos os tipos, como pintores que fazem caricaturas suas e da cidade. Nela, assim como quase o bairro inteiro, é uma ladeira e por estar molhada pela chuva de mais cedo, ficou ainda mais engraçada pela dança que fizemos em meio às músicas de diferentes lugares. Trapp pegou na minha mão, colocando-a no alto e fomos subindo a ladeira até uma parte mais deserta, em frente ao muro dos Je t’Aime — escrito eu te amo em mais de 300 línguas.

Trapp: Se fosse de dia daria pra ler.
Julie: Dá pra ver algumas coisas. Vem! – o puxei, mas ele tem bem mais força que eu. Acabei de encontro com o seu corpo, grudando minhas mãos em seus braços e penetrando meu olhar nas suas pupilas esverdeadas que ficavam muito mais bonitas sobre a luz da lua. Seus dedos contornaram meu cabelo, fechei meus olhos e senti seus lábios tocarem os meus. Uma puxadinha de leve e logo em seguida eu estava saboreando do seu gosto. Subi minhas mãos para sua nuca, arranhando-a, e ele segurou bem mais firme na minha cintura. Paramos o beijo só quando o maldito do ar fez falta e eu queria correr dali. – Desculpa. Eu acho melhor a gente...
Trapp: Shiu...

Seus lábios foram contornando meu pescoço, por debaixo do cachecol, beijaram meu queixo e novamente alcançaram meus lábios. Perdi as contas de quantos beijos nós demos, ali abraçadinhos, até mesmo para espantar o frio de fim de inverno.
Conhecemos tudo do que o bairro podia oferecer e no fim, ele me deixou em casa.

Trapp: Está entregue, moça. Sã e salva. – rimos.
Julie: Obrigada. Depois eu pago pela corrida.
Trapp: Pode pagar agora. Não cobro caro.
Julie: Não? – indaguei.
Trapp: Não. – sorriu. – É baratinho.

Não era como beijar o Junior que eu sentia amor, mas era um prazer tocar naqueles lábios mesmo que fossem ainda desconhecidos pra mim. Era bom sentir as mãos dele no meu rosto, nossos línguas num entrelaço quase que perfeito e tentando achar a pequena sintonia para um simples desenrolar de um beijo.

Julie: Fica com o troco. – selei uma última vez seus lábios antes de ver o amigo do David abrir o portão. – Obrigada pela noite mais uma vez. – falei de fora do carro.
Trapp: Precisando. – piscou. – Gol da Alemanha viu?

Ri e entrei na casa sendo seguida pelo Eduardo parecendo senhora de vila querendo saber de tudo o que tinha acontecido e umas mil coisas depois. Será que ele não consegue fechar a boca?

Julie: Meu Deus!!! Quando o David disse que tinha um amigo fofoqueiro eu não pensei que fosse tanto.
Dudu: Bom saber que aquele anta me chama de fofoqueiro. Mas conta aí.
Julie: Pra começo de conversa, não ouse roubar o apelido que eu dou para o seu melhor amigo. E segundo, tô bem cansada pra tentar desenrolar essa história pra você, Eduardo Carvalho.
Dudu: Tu mal chegou e já vai chamando meu nome inteiro?!
Julie: Te conheço de outros carnavais, bonito.
Dudu: Opa, já ganhei meu dia por ter me chamado de bonito.
Julie: Vai dormir, Pluto.
Xxx: Eduardo!
Dudu: Santa mãe da Divina Paciência. – revirou os olhos. – Que é, Mariana?
Mariana: Vai dormir que amanhã cedo você tem que fazer aquelas compras separadas lembra? – ele revirou os olhos e bufou em seguida. – Cada um por si e Deus por todos nessa casa.

A moça em questão era bem bonita. Morena, dos cabelos ondulados, e a pele um pouco bronzeada por conta do sol. Ela tinha um sotaque bem puxado da capital paulista, um pouco mais que o meu, e pelo nome, deveria ser a namorada ou ficante do zagueiro que ele disse que eu iria esbarrar com ela qualquer dia desses.

Mariana: Eu nem apresentei direito, desculpa. - soltei o famoso tudo bem e ela veio me abraçar. – Mariana, namorada daquele anta chato do David.
David: Isso, amor, me derruba para as visitas. – lá vem a pessoa lá da caixa prego andando parecendo a anta mesmo que ele é, com sono, coçando aqueles cachos ressecados desde os 7x1 e batendo a havaiana com meia por cima. – As malas dessa coisa aí tão lá no quarto já.
Mariana: Depois sou eu que trato mal as visitas hein. – ele deu um beijo na bochecha dela e seguiu pra cozinha. – Pega...
David: Água e o brigadeiro que tá no freezer.
Julie: Vocês se conhecem desde quando?
Mariana: Desde de uma festa lá em Juiz de Fora, mas começamos a namorar recente mesmo. – fomos em direção ao elevador porque na casa do zagueiro tem dessas chiquesas hahaha. – Agora me conta o que o Dudu queria saber.

Começamos a conversar e ela me parecia uma ótima pessoa. Pelo menos, para a mãe do David, que eu já soube por ele, ela foi super aceita e que bom que ganhei mais alguém conhecido aqui na cidade Luz.

(...)

Acho que eu não me cansaria nunca de ser criança vindo pra Disney. Sério! Era tão mágico, tão perfeito, tão where dreams come true que quando saí fiquei com vontade de chorar hahaha. Carol voltou com a Lari e eu voltei com a Mariana. Quando cheguei, ainda comendo o algodão doce perfeitinho que voltou e me lambuzando toda de açúcar e corante, vejo o Trapp sentado no sofá jogando conversa fora com o senhor Luiz.

Julie: Olá, rapazes.
Mariana: Fofoca rola solta quando as meninas não tão né?
Julie: Tão piores que a gente. – fui indo pra cozinha, mas fui parada pelos braços do Trapp no meu casaco. – Eita, que foi?
Trapp: Cadê meu beijo?
Julie: Tô toda lambuzada de açúcar.
Trapp: Gosto de doces. – pegou um pouco do algodão doce, contornou seus lábios, segurou na minha cintura e me beijou. Só paramos quando ouvimos o palhaço do David gritar “e o Trapp agarra mais uma” rindo da palhaçada. – Acho que a gente precisa de privacidade né?
Mariana: Podem subir que o David vai me ajudar a preparar a janta. Depois a gente bate na porta porque vai saber o que vocês estão fazendo.
Trapp: Não deixa ela vermelha, Mariana.
Julie: Eu não mereço isso...
David: Tem camisinha dentro da gaveta do banheiro e do criado-mudo.
Julie: Nossa, ridículo... – ele riu. – Não vai ser...
Trapp: Eu trouxe. – piscou e eu o olhei indignada. – Sabe como é né? Alemães são sempre precavidos.
Mariana: Bom, - cortou o assunto graças ao God. - Cadê Eduardo? Gustavo?
David: Saíram. – agradeci os céus por isso. – E amor, não sei nem cortar cebola direito.
Mariana começou a dizer que ele sabia pelo menos fazer gelo (o que já é um avanço né non?) e saímos de lá sem ser vistos pelo o casal.
Julie: Obrigada, Deus! Quer dizer, Mazinha querida. – ri. Trapp beijou meu pescoço e enlaçou nossas mãos. Subimos, entramos no quarto que eu estava hospeda e sentamos na cama. – Nem começa.
Trapp: Eu só entrei na onda deles. – passou a mão no meu rosto. – Se você não quiser, eu não vou forçar. Sei que terminou um namoro recente, deve ainda sentir alguma coisa por ele e não quero que nada fique forçado entre nós. Tá bom pra você? – concordei. – Tá perfeito pra mim!

Alguém me dá um pote pra eu colocar ele dentro? Ficamos só nos beijando mesmo, conversando e compartilhando histórias. Ele me contando de algumas coisas sabe do país, até porque Alemanha tem seus mistérios e eu nem lembro muito bem como é pisar lá, então, nada melhor do que perguntar pra ele né? Logo a Mariana gritou do corretor, ficou com medo de entrar e nos pegar no maior amasso hahaha, descemos e o esfomeado do dono da casa já estava comendo.

Julie: Na minha terra, você tem que esperar pra comer sabia?
David: Na minha não. – deu a língua. – Já estão abraçadinhos assim é? Ih, Mariana, a gente vai ser titios logo cedo.
Julie: Não pode mais abraçar agora?
Trapp: Ele enche o saco mesmo.

Sentamos de frente pro casal, jantamos naquela zoação de sempre e estava tudo alegre até o Junior tornar a me mandar direct. Não entendi muito bem o porquê até ver que o David tinha postado uma foto nossa, de nós quatro, jantando e ele queria saber que diabos eu estava fazendo do lado do Trapp. Nem respondi e pra provocar, o alemão entendeu que era pra postar uma só nossa. Amo que eles sabem bem o significado de 7x1.

@kevintrapp: De perto, o melhor olhar ❤️ // De loin le plus beau ❤️

(...)

Me despedi do Trapp, dos meninos, da Belle, Mari, Ca, Lari e de Paris com um aperto no coração. Principalmente porque iria agora deixar aquele amor de Carnaval, fora do Carnaval, mas o que são três horas e meia de eurostar em comparação a Brasil-Espanha né minha gente?! Cheguei em São Paulo de madrugada, dormi um pouco mais de cinco horas (tô ficando bem coruja) e logo estava dentro de um carro com a Rafaella dirigindo até Praia Grande e cantando aqueles sertanejos sofrencia maravilhosos que eu não sei nem por onde começa e nem por onde termina. 

Rafa: Canta comigo. – colocou a mão proximo da boca, fazendo de microfone, enquanto parava o carrinho transito. – Sabe aquela menina sentada ali? Com um olhar desconfiado, tão inocente, eu já fui doente naquela mulher
Julie: Bacana pra ti. – Rafa bufou e eu ri. – Não sei esse tipo de música. 
Rafa: Eu sei que agora ela deve tá olhando de lá, tão sem graça, vendo o presente e o passado, conversando de um assunto, ela já sabe qual é
Julie: Convencido né? – fiquei olhando pro solzinho que nascia por trás de todos aqueles carros. 
Rafa: Olha aí... Esse é meu único aviso, se ela quis ficar contigo, faça ela feliz, faça ela feliz
Julie: Garanto que ele tá me fazendo. 
Rafa: Cuida bem dela, você não vai conhecer alguém melhor que ela
Julie: Eu sei, baby. – ela riu da minha jogadinha de cabelo.
Rafa:
Promete pra mim o que você jurar pra ela, você vai cumprir
Julie: Jura não que é até pecado. 
Rafa: CUIDA BEM DELA, ELA GOSTA QUE REPARE NO CABELO DELA... 
Julie: Jesus, menina! Eu quero estar com os meus tímpanos vivos no teu aniversário faz favor. 
Rafa: Foi por um triz... Ô, pro leso do meu irmão – revirei os olhos. – mas fui incapaz de ser o que ela sempre quis... faça ela feliz. 
Julie: Rafaella, cadê Norah Jones? To zero paciência pra ver a leseira dos outros. 
Rafa: Tá zero paciência porque sabe que isso aconteceu entre você e o preto. Sério mesmo que vocês não vão nem se falar? Nem oi? 
Julie: Rafaella Santos, aterriza, obrigada, de nada. – ela bufou revirando os olhos em seguida. – Eu não vou conversar com alguém que só joga as coisas na minha cara sendo que o culpado foi ele. A única coisa que ele sabe falar é que não me traiu, mas até que ele me prove o contrário, desculpa às leis do Direito, ele não é inocente. 
Rafa: E se ele descobrir sobre seu caso com o Trapp?
Julie: Azar o dele! – dei os ombros. – Sempre fui tão certinha, ele não deu valor, a chance dele passou, perdeu amor! – cantei um trecho de uma música do Thiaguinho. – Um dos melhores amigos dele diz isso. 
Rafa: Então depois você me conta sobre essa sua chance maravilhosa porque chegamos e eu quero ver sorriso no rosto! 
Julie: Até parece que eu vim obrigada né dona bonita? 

Fechei a porta do carro, ela travou e entramos no instituto. Por alguns minutos eu fiquei parada e lembrei de quando entramos aqui um dia antes da inauguração. 
Flashback on 
Junior beijou minha bochecha, segurou nas minhas mãos e era nítido o sorriso nos olhos de quem está realizando um sonho. 
Junior: Não tem muita coisa porque ainda vão colocar, mas tá foda né? 
Julie: Tá lindo. 
Junior: Quero ver várias crianças correndo por aqui por esse campo. Quero ver elas aprendendo inglês, espanhol, aprendendo a ter o que eu não pude ter. Quero dar vida a elas! 
Julie: Você vai dar vida a muitas crianças e muito amor para essas famílias! 
Junior: Você vai me ajudar né? 
Julie: Claro, menino. – rimos. – Quero brincar, dar amor, conversar, ter nossas crianças sempre por perto. 
Junior: Você vai ser a melhor mãe do mundo para os nossos filhos sabia? – virei, ele colocou as mãos no meu rosto e me beijou. – Te amo, bonequinha. 
Julie: Eu te amo, bobo. Demais! 
Álvaro: Ow, ow, ow! Dá pra ajudar com aqueles negócios ali? Só eu pego no batente nessa inauguração. 
Junior: Deixa eu ir lá. 
Julie: Vou na tia. Ela tá onde?
Junior: Lá em cima em algum canto. 
Julie: Ah valeu aí! – fiz joinha. 
Álvaro: Vem logo meu! – puxou o Junior. 
Julie: ÁLVARO! – gritei perto da escada. 
Álvaro: Que é? 
Julie: Se for TPM, chocolate resolve viu! 
Álvaro: VAI TO... – Junior deu um pedala nele. – TOMAR BANHO. 
Flashback off

Rafa: Tá rindo aí sozinha por que? 
Julie: Lembrei de umas coisas. 
Rafa: É bem do meu irmão. 
Julie: Ai, Rafaella, claro que não! Eu hein! Mania de ficar achando que a todo momento eu tô pensando no teu irmão. 
Rafa: E não tá? Eu duvido! 
Julie: Vou nem discutir sobre isso. 

Deixei a preta pra lá, passei pelo campo de futebol vendo que algumas crianças estavam tendo aula lá, disse que voltaria mais tarde, subi para as outras salas, dei um cheiro na tia que eu estava morrendo de saudade e desci de volta no fim do treino. 

XXX: Tia, tia! 
Julie: Oi, meu amor. – o abracei e sentei do seu lado. – Qual seu nome? 
XXX: Vicente. 
Julie: E o que você faz aqui? 
Vicente: Eu jogar bola, tenho aula de natação, e eu aprendi a fazer brigadeiro! 
Julie: Foi? Sabia que eu sou louca por chocolate? E o que mais você aprendeu?
Vicente: Bom, a tia da cozinha não deixa a gente pôr a mão no fogo aí ela faz pra gente, mas eu sei também colocar aquela creme branco no bolo. 
Julie: Chantilly? 
Vicente: Uhum, e ela também me ensinou a... – eu estava mexendo no seu cabelo, molhado de suor, tirando o do rosto até ele olhar pra cima e eu enxergar a visão do Junior sorrindo. – NEYMAR! – correu em direção a ele. 
Junior: E aí, cara, – o abraçou e logo em seguida se agachou. – toca aqui! – fizeram uns toques lá. – Quero provar esse brigadeiro aí. 
Vicente: A tia disse que tava doce demais, mas eu acertei fazer. 
Junior: Então a gente pode pedir pra tia fazer vários brigadeiros aí a gente coloca um filme na sala de cinema e chama os amigos tá bom? 
Vicente: Posso chamar meu parça Davi? 
Junior: Pode chamar quem você quiser – mexeu na cabeça dele e eu ri. – Que filme você quer ver? 
Vicente: Aquele de carros de corrida bem rápido. 
Julie: Velozes e furiosos. 
Vicente: Isso! O cara é fortão e dirigia um carro super rápido. Já viu esse filme, tia? – neguei ainda encarando os olhos penetrantes do Junior sobre mim. – Eu vou lá chamar o pessoal. A senhora vai, tia?
Julie: Vou sim. – ele saiu e nós levantamos ainda que num silêncio profundo. – Eu vou aproveitar pra... – mas ele pegou no meu braço. 
Junior: A gente precisa conversar. 
Julie: Não é a hora, nem lugar e momento certo pra isso. 
Junior: E quando vai ser? No dia de São nunca? 
Julie: Eu segui minha vida tá legal? Eu tô com um cara, tô feliz com ele e acho que você podia fazer o mesmo. 
Junior: Quem é? 
Julie: Não sou obrigada a lhe dar satisfações da minha vida. 
Junior: É o Matthew? Só pode ser ele! – riu irônico. – Ele conseguiu o que queria: tirar você de mim. 
Julie: Você conseguiu isso e eu não preciso lembrar como foi né? 
Xxx: Vocês estão brigando? – uma menininha apareceu e olhei para o crachá dizendo que o nome dela era Maria. 
Julie: Não, Maria. A gente tá só conversando viu? – passei a mão no seu rosto e beijei sua testa. – Quer me ajudar a fazer brigadeiro? 
Maria: Quero!
Julie: Então vem com a tia. – a peguei no colo. – E você, Neymar Junior, pensa no que eu te falei. 
Maria: Tchau, Neymar! – acenou com as mãozinhas. 
Junior: Tchau, princesa. – beijou a bochecha dela. 

Fiquei acompanhando as meninas produzindo os brigadeiros e resolvi postar uma foto que tirei hoje mais cedo do snap.

@julietaschutz: #snapsave da cara de sono de corujinha por ter dormido só cinco horas @ São Paulo, Brasil
Julieta off

Íamos sair para algum lugar que os meninos ainda estavam decidindo e eu não conseguia esquecer a cara de espanto da Julieta quando tentei beija-la no cinema, hoje mais cedo, lá no instituto. Passei perto do quarto da Rafa e ouvi um pouco da conversa delas, mas preferia nem ter ouvido.

Rafa: Ele é muito fofo!
Julie: Eu nem acreditei quando ele disse tudo aquilo. Sabe, não que eu esteja vivendo um contos de fadas, mas parece que o Trapp saiu dele.
Rafa: Nunca tinha ouvido falar desse homem até você beija-lo.
Julie: Kevin Trapp, um e oitenta e nove de altura, alemão e goleiro do Paris Saint Germain. Na próxima, vê se não vai com a Geórgia e me acompanha nas viagens tá linda. Porque aí você conhece o príncipe.
Rafa: Quero mesmo!

Então ela tá pegando aquele alemão metido a modelo? Eu aqui achando que ela estava com o inglês e ela resolve pegar um alemão? Justo um alemão?! Podia ser melhor. Poderia ser eu. Que belo 7x1.

Nota Final:


Demorei um pouco, mas cheguei. Eu não sei quem deu a ideia de ela conhecer um famoso, como Cristiano Ronaldo, mas para não ficar muito obvio e eu sair dos clichês, resolvi colocar um alemão e Kevin Trapp já que o muso (ponha muso nisso) fará o queridíssimo ter belos pesadelos à noite. Espero que vocês gostem do capítulo e pra quem não conhecia o Trapp (clique aqui). Beijos e até o próximo!! 😘💗

11 comentários:

  1. Eles voltam quando? Meu Deus! Essas idéias suas de malévola é foda hahahahaha arrasa escrevendo.

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  2. Adorei este capítulo, ela podia passar uns apertos com o trapp antes de voltar com o Neymar

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  3. E esse 7x1?
    Só que.. O Brasil vai ganhar as olimpíadas. Faz sentido? Na minha cabeça faz
    Junior tem que sofrer e Julieta n dar asa a Matthew
    Continua logo ai pfvr pq n to bem.


    Thalita

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  4. Eita, eterno 7x1, gostei da ideia da mina da Julie passar poucas e boas com o Trapp e se tocar real que o Juninho que é o homem dela. Ansiosa pro próximo capítulo.

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  5. Mdssssss que capítulo foi esse eu ameeei
    Ameei ela ter ficado com o maravilhoso do Trapp mas acho que ela tem que ficar mais um pouco com ele para o Juninho sofrer mais um pouquinho
    Ansiosa pelo próximo capítulo
    Continua logooo por favor

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  6. paaaaarabens pelo capitulo.

    Divulga a minha por favor http://allaboutlovenjr.blogspot.com.br/

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  7. Aff n gosto do Matthew… Que belo 7x1 meu Deus 😍 Junior tem q sofrer um pouco

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  8. Que belo capítulo adorei mais acho que a Julie tem que sofrer um pouquinho tbm. ..

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  9. Adoreiii , Junior tem q sofrer um Pouco pra Aprender a da valor Julie

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  10. Amei o cap. Poderia sair em vários sites Julie c Trapp e Júnior ficar puto. Poderia ate rolar um jogo contra o Trapp.. Ta mto bom, amando ver Junior sofrer. Hahaha.. Bjs

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  11. Só uma coisa a declarar: Trapp é lindo,maravilhoso, gostoso, tudo de bom e Julie tem que fazer bom proveito

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