quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Capitulo 49 – Pra pedir pra você voltar pra mim

“Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido” – Vinicius de Moraes
Duas semanas depois e cá estamos nós numa rotina sem fim. Na verdade, ela até tem um fim: domingo à noite, Julieta sentada no sofá assistindo filme romântico. Não me aguentei fazer de durona até 2034. Junior me ligou, deu pra ver que ele estava chorando, deu pra sentir que ele estava arrependido, mas como fica minha confiança? Um dos pilares de um relacionamento concreto é você confiar no seu (ua) parceiro (a) e onde eu coloco tudo isso quando eu imagino que hoje eu desculpo e amanhã ele pode está com outra. Quando chega na parte em que o Tom pergunta a Summer porque ela não acredita no amor, eis que eu me vejo no seu lugar. Eis que eu lembro de quando conversei com o Junior sobre isso, quando ele ainda estava com a Bruna, quando eu ainda estava com o Ricardo, quando nós ainda éramos nós sozinhos e amigos. Bons amigos. Agora eu tô aqui me entupido de pipoca e pensando naquela cara de leso, naquele sorriso e enquanto ele pode tá sofrendo tanto quanto eu. E não, eu não estou enganada porque a Rafaella me mandou uma foto dele todo jururu dele, sentado no sofá vendo uma foto nossa. Uma das mil. Por incrível que pareça, aquilo me doeu tanto que desisti de ver o filme, fui em direção ao meu quarto e encontrei a nossa foto de cabeceira. Eu queria muito sentir seu cheiro novamente, ter seu abraço, sabe aquele abraço de repente? Mas parece que nem a vida e nem ele estão afim de ajudar.
Despertei quando senti meu celular vibrar e vi que era mensagem da Jessie.
Levanta a bunda da cama e vamos pra Fabric
Sem chance, Jessica
Vai ficar sofrendo por conta dele???
Ele não tá nem aí
Jessie, sério, me deixa aqui quieta
Amanhã eu viajo pra Paris
Hoje de madrugada*
Só não te dou mais bronca porque tá pegando o gostoso do Trapp
JESSICA!!!
Não me segurei, miga
Tudo bem hahaha prometo que o Pedro não vai saber disso
Agora vou dormir porque já eu tenho que tá no Eurostar
Quer carona?
Imagina, fica pra próxima
Okkk
Boa viagem!!
Obrigada!!!
Deixei o celular carregando que ele já estava quase apitando o “conecta ao despertador se não desligo” com 3%, tomei um banho, sequei meu cabelo, deitei na cama e meu celular despertou de novo com uma nova notificação, dessa vez com mensagem dele.
Já tá na hora de você escutar
Pela última vez
Depois não te perturbo mais
Você me feriu demais para que eu pudesse lhe dar essa chance
Por favor, Julieta
Esquece...
Não posso negar que quando bloqueei a tela, as lágrimas caíram, porque sim, elas caíram e com força. Feito chuva passageira, mas com aquelas nuvens que deixam claro como ela vai ser passageira, mas danosa. Danos. Sofríamos não pela separação em si, mas pelos danos em que ela causou e o pior de um termino é o fato dela ser dolorosa para ambos.

(...)

Quinta-feira, 26 de março de 2015

Peguei um táxi e fui direto pra casa do David. Carol e Lari insistiam para que quase sempre eu fosse para a casa de uma das duas, mas como elas estavam recebendo visita e a Mariana quase me deixou surta quando eu disse que vinha, resolvi ficar por lá. Paguei o taxi, desci e fiquei esperando o meio metro do Eduardo vim com toda a sua disposição atender à porta. 

Julie: Podia ser mais disposto né Pluto? Vai tomar um vitamina C, pegar um sol, espantar essa preguiça! 
Dudu: Tô pra papo hoje não. – abriu, entrei, deixei a mochila no sofá e o encarei. – Não, não vou desabafar contigo. 
Julie: Só queria saber que bicho te mordeu. 
Dudu: Nenhum ué. – deu os ombros e a Mariana foi saindo do elevador chegando logo na sala. – Chegou! Vou até sair daqui. 
Mariana: Me ama tanto que nem sei. – ele revirou os olhos. 
Dudu: Vou chamar o Trapp e o David. 
Julie: Ele já tá aqui? Abusado! – ri junto com a Mari. – Por que o Dudu ta assim?
Mariana: Não sei. Tá assim tem um dois dias e nem David consegue dá jeito. 
Julie: David não consegue dá jeito nem na vida dele, quanto mais do Dudu. – rimos e lá vem os dois andando. David passou as mãos no pescoço da Mari, ela levantou a cabeça, selando os lábios do zagueiro e eu ri quando fiz o mesmo com o Trapp. – Senta aqui, alemão. 
David: Oi, tudo bem? De nada por ficar na minha casa. 
Julie: Posso ficar na casa do Trapp, não tem problema. 
Mariana: Para de ser anta, cabeludo. 
Trapp: Isso é amor. – riu e segurou na minha mão.
Mariana: Não me testa, alemão. Já basta esse ser cabeludo aqui todos os dias, você também não. – ela é uma figura. – Pergunta pra Julieta se ela quer ir pra casa do Trapp? – neguei entrando na brincando. – Aí, não quer. Só a gente sabe o quão difícil é aturar vocês. 
David: Tá atacada hoje hein, amor. 
Mariana: Já que eu tô atacada, adiante a sua bundinha e levantar desse sofá porque já aquele ser que eu não posso chamar de técnico liga e você vai ter que ir embora. – David revirou os olhos. 
Julie: Quero saber por que o senhor Kevin Trapp não foi relacionado. 
Trapp: Blanc conversou com Löw sobre isso e achou melhor eu ficar pra focar na UEFA. 
David: É bom mesmo porque tô sentindo que ela é nossa. 
Mariana: Coitado... e eu tô sentindo que... – o telefone tocou e era o Dunga. – Ai, Jesus não aguento. – ri. Como gostar do Dunga mesmo? Google pesquisar. 
David: Tô indo, amor. Vamos alemão? – bateu no ombro dele, Trapp me deu um selinho antes de levantar e fomos até a porta. – Esperamos vocês por lá tá? 
Mariana: Imagina que eu vou perder a oportunidade de xingar o Miranda de perto... só você mesmo, David. 
Julie: Não gosta dele também?
Mariana: Me irrita. 
Trapp: Só veneno. – selou nossos lábios uma última vez e se despediu. 
Mariana: A gente podia pedir uma barca e comer com a Ca e com a Lari né? Inclusive, adorei seu vestido! 
Julie: Maior promoção da vida na M&S e aí comprei. Obrigada. – fomos andando em direção a cozinha. – A Ca e a Lari estão com visita. 
Mariana: Ah é né? Então eu faço qualquer coisa antes do jogo. 
Julie: Tô meio ansiosa pra esse jogo, sei lá. Trapp vai pra lá e o Junior vai tá jogando. 
Mariana: Eu ia perguntar como anda esse coraçãozinho. 
Julie: Na mesma, eu diria. Sei lá, agora que tá caindo a ficha do quanto ele sofreu, por mais que tenha ficado com meia dúzia ou mais de mulheres, eu sei que ele me ama sabe? E me sinto meio que enganando o Trapp porque eu amo esse leso. 
Mariana: Oh meu Deus, vem cá. – me abraçou. – Você não tá enganando o Trapp porque ele desde o inicial sabia a realidade, mas resolveu tentar só que esse coraçãozinho infelizmente pertence ao ataca e não ao gol né? 
Julie: O que eu faço, Ma? 
Mariana: Primeiro você conversa com o Trapp, resolve sua situação com ele e depois, se você ficar solteira, se resolve com o Juninho porque por mais que eu ame você e goleirão alemão juntos, jumar é muito melhor!!! 
Julie: Ai, Ma, cê não existe! 
Mariana: Eu sei, eu sei. – se gabou. 
Julie: A leonina aqui sou eu viu? 
Mariana: Besta. 
Julie: Ô não me testa! 

Ficamos o dia inteiro, até a hora do jogo, juntinhas, conversando, dando risada e depois fomos com a Ca e com a Lari. Encontramos com o Trapp por lá, fizemos alguns snaps e eu postei uma foto do meu vestido porque estava recebendo vários elogios. 

@julietaschutz: Aproveitando essa luz bonita @ Paris, France 
@candantas: Até parece que precisa de luz pra ficar bonita 
@rafaella: Olha pra trás 
@contigorafaella: Lindaaa 😍
@kevintrapp: 💘

Parei de ler os comentários quando vi a Rafa soprar um "bu" atrás de mim e perceber que já ia começar o jogo. Trapp enlaçou nossas mãos, beijou meu pescoço e foi nesse exato momento que o senhor Neymar Junior me olhou. Não sei se o fato do Trapp tá lá ou do jogo entre o Brasil e o França estava difícil, mas ficou bem pior quando a França abriu o placar. 

Mariana: Ai, Senhor, eu não mereço. 
Rafa: Junior tá irritado demais. 
Trapp: Acho que eu posso tá trazendo problemas – tentou se levantar, mas eu o impedi.
Julie: Imagina, Trapp, fica aí.

Só no fim do primeiro tempo que o Oscar conseguiu empatar. Sabe aquele sentimento de culpa? Eu sabia que o Junior estava avoado por conta de me ver ali com outro cara, principalmente pelo fato de ser um alemão, praticamente quem virou arquirrival agora dos brasileiros. Neguei ir dar uma volta e fiquei conversando com o Trapp pra ver se me distraída, os quinze minutos passaram a Seleção voltou um pouco melhor. Um pouco né? Não tinha como enganar que estava perfeita, que o astro da equipe porque não estava, mas eu sabia que a partir do momento em que ele veio caminhado na nossa direção no estacionamento, depois do gol e da vitória por três a um, ele vinha para brigar. Para tirar a limpo ou ao menos provocar o loiro do meu lado.

Junior: Boa noite. – olhou para o Trapp e eu sorri fraco. – É aí, cara, como é seu nome mesmo? Eu sou meio ruim em decorar... Julieta sabe.
David: Pô, irmão é...
Trapp: Kevin Trapp, goleiro do Paris Saint Germain.
Junior: Ah... goleiro? – nossa, ridículo. – Julieta, mudou de lado, mas não escolheu muito bem. Viu o gol que eu fiz?
Trapp: Vi, parabéns.
Junior: Consegue fazer um daqueles? Opa, você é goleiro.
Trapp: Mas eu não perdi de 7x1.
David: Aí não né cara.
Junior: Quer desafiar? Eu topo desafio. – conseguia enxergar fúria nos seus olhos.
Trapp: Eu não preciso de desafio porque o gol mais bonito que eu fiz foi ter a Julieta nos meus braços. – BADUMTS!
Junior: Você nunca vai ter a Julieta nos seus braços como eu tive. Ela me ama, tá na cara dela, diferente de você aí... pode fazer o romântico, bom de cama, o cacete a quatro, mas eu – bateu no peito. – pude amar a Julieta, e meu amigo, eu lhe garanto que isso você nunca saberá.
Trapp: Pelo menos não foi eu que a traí mesmo a amando. É desse jeito que você ama?
Junior: Filho da... – mas o Thiago apareceu ali e o afastou. – Eu vou embora porque eu jogo diferente de você.
Thiago: Não provoca, Ney. Vamos.

Vi a visão do Junior desaparecer e virei para o goleiro vendo que ele estava do mesmo jeito: calmo. Saímos para comer alguma coisa, tentava sorrir, apesar de não conseguir e voltei para casa do David, me joguei na cama e dormir. Acordei só bem mais tarde com uma barulhada, uma batucada e eu sabia que teria churrasco. Ah que coisa bonita! Me arrumei e quando desci achei a Lari, Carol e Mari conversando enquanto os meninos conversavam sobre alguma coisa que eu não sei.

Julie: E aí, fãs.
Carol: Se acha.
Lari: Imagina se ela tivesse fã.
Mariana: Leonina dá nisso. Ô raça!
Julie: MELHOR SIGNO EVER! – senti as mãos do alemão na minha cintura e um beijo no meu pescoço. – Cê foi lá me acordar?
Trapp: Fui, mas você estava tão linda dormindo que eu não quis nem mexer...
Julie: Oxe, me acordava ué. – selei seus lábios. – Sempre durmo e acordo linda.
Carol: AIIII EU NÃO AGUENTO ESSE EGO! Vou pegar um suco.
Mariana: Digo o mesmo. Vou pegar mais carne, licença, casal.
Lari: Vou acompanhar, beijinhos. – as três saíram.
Julie: Tá me olhando assim por que? – o abracei pela cintura e beijei seu queixo. – Esse seu sorriso malicioso... Kevin Trapp, rum!
Trapp: Vem cá.

Ele me puxou, contornamos a casa do David, mal deu pra cumprimentar todo mundo e chegamos a uma área, tipo uma cabine de vidro, com hidromassagem e tudo. Analisei um pouco aquele lugar até que senti as mãos do Trapp nas minhas coxas e eu deitando na área ao redor da hidromassagem. Meus fios de cabelos se espalharam pela área livre, ergui minhas pernas e o goleiro foi tirando minha blusa. Era a segunda vez que mataríamos a saudade, mas sinceramente eu já não estava pensando nisso ou naquilo, e sim, no agora. [...] Assim que deitamos na banheira, só curtindo nossos corpos juntos, em contato, conversávamos animadamente. Recebi uma foto que o fofoqueiro do Lucas tirou e resolvi postar porque em particular ficou muito linda!!!

@julietaschutz: Relicário.
De noite, eu e Trapp iriamos sair para jantar. Ele disse que seria no 58, na Eiffel, e como dona Julieta aqui não é boba e nem nada, resolveu procurar sobre e viu que era um dos mais chique da cidade. Não mereço! Coloquei um vestido preto, peguei um casaquinho já que era fim de inverno e fomos de mãos dadas e tudo. Saímos cantando músicas como Norah Jones, Elton John ou algumas sambas e pagodes que ele arriscava chutar a letra e chegamos ao tal restaurante.

Trapp: Mesa para Kevin Trapp. – falou ao recepcionista e fomos em direção ao centro do restaurante, perto das vidraças onde poderíamos ver a cidade Luz dormindo. Ri do cavalheirismo, sentamos, escolhemos os pedidos e ele resolveu quebrar o silêncio. – Tá achando muito estranho?
Julie: Confesso que sim. – rimos. – Olha, eu sei que você pode está gostando de mim, e Trapp, eu tô amando isso tudo...
Trapp: Posso falar? – assenti. – Eu sei que você ainda ama o Neymar.
Julie: Não, que isso.
Trapp: Ju, eu não gostaria de mentiras se fossemos começar um relacionamento agora, e a primeira seria você dizer que não gosta mais dele. No Saint Denis foi claro o quanto você ficou abalada com a presença dele, não só eu como o David, as meninas também, todo mundo percebeu, e sim, eu queria muito levar isso pra frente, gosto de conversar com você, de estar com você, mas o seu coração pertence ao Neymar e eu estaria sendo injusto com você e com ele se lhe pedisse em namoro aqui.
Julie: Eu não queria lhe fazer de boba, desculpa.
Trapp: Você não fez! Eu não tô aqui “terminando” o que temos porque estou sendo usado, muito pelo contrário, aconteceu de uma forma tão natural que nem eu e nem você nos tocamos na proporção que isso tomou, mas se continuarmos enrolando a nós mesmos, vai ser pior. Não concorda?

Esse homem saiu de algum castelo alemão que não foi cogitado pelo Walt Disney? Não é possível! Eu poderia sentir raiva por ele ter feito tudo isso para dizer que não vai ficar comigo, but, a realidade é outra. Eu ainda amo o Junior e lá no fundo eu estou disposta a encarar a verdade e saber do que está acontecendo.

Julie: Eu ainda o amo. – ele sorriu. – Não quero dizer que foi uma besteira nós nos relacionarmos, não, eu amei de verdade tudo o que vivemos, só que você mesmo disse que eu o amo e não tem como eu não ficar boba ao lado dele. Eu deveria te pedir desculpas por tudo isso, mas só consigo pensar que você merece uma mulher muito melhor que eu.
Trapp: Você merece estar feliz seja com o Neymar ou seja com qualquer outro homem. O Ricardo não soube lhe valorizar, e... palavras de homem, se o Neymar tá o tempo todo querendo te provar o contrário, é porque talvez ele não esteja cem por cento errado na história.
Julie: Quero acreditar nisso. – os pedidos chegaram, agradecemos e o alemão fazia piada até da comida.
Trapp: Quando você acreditar, corre atrás dele porque ele te ama. E eu sei que ele tá lutando pelo amor de vocês.
Julie: Quando você conhecer alguém, me apresenta viu?
Trapp: Pode deixar, sargenta. – bateu continência. – Vou mandar foto, número do RG, telefone pra contato, idade, quer mais?
Julie: Tudo, meu filho. Só namora se passar pelas minhas mãos.

Passamos o jantar inteiro entre palhaçadas. Andamos naquele sereno da noite pelo Camps de Mars e de lá voltamos para casa do David porque ele iria viajar para rever a família e eu voltaria a minha vida em Londres. Peguei meu celular, procurei a foto do vestido de mais cedo, editei e postei. A vida de overposting tinha voltado!!!!

@julietaschutz: Paris night 😘

(...)

Sexta-feira, 24 de abril de 2015

Entrei na casa do Junior e toda aquela cena das meninas na piscina voltaram. Tudo estava escuro, e ainda por cima, a Rafaella fez o favor de sair com a Marcela pra algum lugar e não pode me atender. Álvaro disse que ia sair com a namorada e eu fiquei com cara de tacho enquanto ia seguindo o Poker mesmo que no escuro dava pra ouvir o barulho da coleira e dos seus passos firmes. Ele foi me guiando até a varanda e sem entender muito bem porque estava tudo vazio, me agachei e acariciei seus pelos. 

Julie: Não tem ninguém aqui, Poker. 
Xxx: Eu te chamei aqui. – não foi preciso olhar pra trás para saber quem era. 
Julie: Junior, a Rafa me mandou uma mensagem... – ele me interrompeu. 
Junior: Eu que mandei. Eu pedi o celular dela e mandei a mensagem porque eu precisava provar a você que eu te amo e que tudo o que aconteceu naquele dia foi um tremendo engano. 
Julie: Eu vi as duas na piscina abraçadas com você! Tem visão pior que essa?
Junior: Tem. Porque eu vi você ficando com vários homens desde que a gente terminou! 
Julie: E você não ficou com nenhuma mulher? – cruzei os braços e ele foi se aproximando ao mesmo tempo que negava com cabeça. – Não? Aquela do aniversário da sua irmã não conta? 
Junior: Talvez eu tenha ficado. 
Julie: Então estamos tratando de direitos iguais aqui. 
Junior: Posso falar? Eu te chamei aqui porque eu preciso esclarecer todo aquele mal entendido. Pra começar, aquelas meninas são amigas do Gil, não me pergunta onde, – bufei já imaginando. – e o Gil me disse que elas vinham pra cá. 
Julie: Aí como aqui é hostel, motel, casa da mãe Joana, você deixou né?
Junior: Não pô! Eu ia ficar até mais tarde no Barcelona esse dia e quando chegasse em casa ia sair com a Fernanda Souza, que estava por aqui fazendo umas propagandas, então deixei, mas acabou que cheguei mais cedo e resolvi dar um mergulho na piscina enquanto esperava o horário do jantar. 
Julie: Só que elas estavam animadas demais e você também! 
Junior: Deixa eu terminar! – queria rir e beijar a boca dele de tão fofo que ele ficou por estar estressado e tenso. – Eu já estava na piscina quando elas chegaram e o Gil disse que ia pegar alguma coisa lá em cima e já ia descer. Eu sei que não dá o direito delas ficarem tão próximas assim, mas como eu ia adivinhar que você chegaria? Eu juro por Deus, pela minha mãe, pelo Davi, por tudo o que é mais sagrado, pelo nosso amor que eu não beijei e nem acariciei nenhuma delas. Nem antes e nem depois de você sair! 
Julie: Como eu posso acreditar nisso? 
Junior: Porque pela primeira vez depois de vários namoros, eu nunca me senti assim. – ele já estava começando a chorar. – Nunca me senti na obrigação de dizer o que tinha acontecido, de te procurar e de tentar fazer tudo isso – ligou o interruptor e eu pude ver o jardim todo decorado, a mesa da churrasqueira arrumada e um jantar servido ali. – pra te pedir desculpa. Pra pedir pra você voltar pra mim. Eu agora sei o que é amar de verdade, o que é respeitar quando ama, o que é zelar por um relacionamento. Agora eu sei o que é ficar sem seus toques, sem seus beijos, sem a sua presença nem que seja por uma tela de celular. Sabe quantas vezes eu tive coragem de ligar ou de pegar um voo pra Londres só pra te ver? Milhões! Mas eu sabia que você bateria a porta na minha cara ou que se eu ligasse aquele porrinha do Trapp ou com o Matthew poderiam atender e eu não queria pensar em ver você com outro. Eu não consigo imaginar você com outro que não seja eu! Cê tem noção da gravidade do que é isso tudo? Eu tô doente pô! – ri. – É como se a gente fosse aquela ligação que uma vez você me disse, mas eu estava mais prestando atenção na sua boca do que na aula de química. 
Julie: Vem cá. – ele aproximou, passei minha mão pelo seu rosto limpando as lágrimas e depois toquei nos seus lábios com os dedos. – nenhuma ligação dipolo-dipolo é capaz de quebrar uma ligação de hidrogênio. Nem se você jurasse ao Papa depois de ter subido as muralhas da China e gritado de lá que me amava, eu iria desistir de você, sabe por que? Porque eu te amo. Amo como meu namorado, com homem que tem um filho, um trabalho, amo porque sinto um borboletário inteiro dentro do meu estômago quando sinto seu cheiro e amo mais ainda por saber que você me ama. Amo você pelo seu jeitinho moleque ou aquele jeito brabo e orgulhoso. Amo seus defeitos e suas qualidades, eu amo você! 

Toquei sutilmente em seus lábios, deixei que ele abrisse e desse permissão para sentir sua língua em contato com a minha. Junior prendeu as mãos no meu cabelo enquanto a outra segurava na minha cintura e eu só ia massageando seu pescoço. Era possível ouvir uns gemidos ou estalos quando tentávamos separar nossas bocas, mas isso foi quase impossível. Foi impossível. Depois de dois meses longe dos seus toques, todo esse beijo tinha o ar de saudade. Nos separamos pela falta de ar e depois do latido do Poker ao nosso lado. 

Julie: Acho que tem alguém com ciúmes hein! – me agachei, acaricie seus pelos e ele bagunçou seu corpo. – Tá tão grande, meu bebê. 
Junior: Cada vez mais levado isso sim. 
Julie: Estava com saudade da gente assim
Junior: Assim como? – levantei e ele me abraçou. – Juntinhos?
Julie: É. Agora ver se não apronta mais nada tá? 
Junior: Vou não! Cê é louco! – rimos e ele selou nossos lábios. – Passei maior sufoco com você longe e tenho um convite pra tu. 
Julie: Pra você, amor. – ele revirou os olhos. – Vai, fala. 
Junior: É que hoje teve o sorteio da Champions e o Barcelona vai pegar o Bayern. 
Julie: De Munique? Não me pede pra torcer pra vocês! 
Junior: Já desisti disso. – ri. Não vou virar culé do dia pra noite, oras. – Na verdade eu queria que você assistisse aos jogos. 
Julie: Aff, amor, quero ver o Cris, o Bale, o Benzema, Marcelinho e você pedindo pra eu ir assistir aquele anão de jardim junto com você e com o Luisito? 
Junior: Você quer me ver isso sim! Inclusive, dona Julieta, por que que o português lá andou curtindo suas fotos de biquíni? 
Julie: Ah, meu santo sepulcro! Ciúmes do Cris?
Junior: Cristiano Ronaldo porque Cris já acho íntimo demais. Ele não tá casado com a tal da Irina Shavisky? 
Julie: Shayk, amor. – não consegui controlar o riso. – Eu não sei porque ele curtiu e não eles não estão mais juntos. 
Junior: Por isso mesmo que você tem que me ver jogar. Depois dá confiança pra esse português aí e o Marcelo ainda vai ajudar nos papos. 
Julie: Para de ser ciumento! – apertei suas bochechas. – Eu vou te ver jogar. Pronto! Satisfeito? 
Junior: Não faz mais que sua obrigação né amor! 
Julie: Ah é? E você não fez mais que a sua obrigação de arrumar tudo isso pra mim ouviu? Aliás, cadê meu ramalhete de flores? Meus canapés? Meu escargot? 
Junior: Iiiih, – coçou a nuca. – só deu pra fazer ovo com fritas. Mas se você quiser, eu posso pedir seu escargot num restaurante qualquer. 
Julie: Tô brincando. Como qualquer coisa mesmo. 
Junior: Gosto assim. 

Estar com o Junior pra mim é claramente dizer que eu posso ser eu mesma. Não que com o Trapp fosse diferente, mas suas palavras não me doeram tanto quanto doeriam se fosse o Junior no seu lugar e isso é amor. É sentir-se presa mesmo que não por obrigação. Eu poderia aprender com Clarice, com Martha, com Vinicius, Tom... quem nunca (mesmo não gostando) não já ouviu as vozes dessa dupla falando de amor? Eu poderia aprender até mesmo com Camões, ora, quem salvou Os Lusíadas ao invés da amada? Mas nem mesmo as escolhas literárias sabem ao fundo o que vem de dentro de cada um. O que é sentir o toque gélido; tímido; do seu amado ou quando suas mãos se cruzam, de forma lenta, até fecharem e formarem só uma. 

Junior: Você passou todo esse tempo com o Trapp por que? – quebra o silêncio eu sorrio pelo ciúmes e curiosidade. – Não pô, ele é feião. 
Julie: Admite logo o ciúmes. – selo seus lábios e ele passa sua mão suavemente no meu rosto. – Ele é bom de cama, beija bem, joga bem... fora que ele é super romântico – provoquei. 
Junior: Ele é? – afirmo. – Sou mais. Ótimo na cama, ótimo de beija, faço mais gol que ele pô e sou romântico também. Aí tá vendo? Tô ganhando. 
Julie: Tá empate. 
Junior: Vamo já desempatar esse bagulho. 

Rio do modo que ele fala e sou pega desprevenida quando ele avança seus lábios para juntar aos meus. Nos levantamos sem parar o beijo e vamos subindo atrapalhados até o quarto. Junior vai levantando minha blusa, a jogando no chão, faço o mesmo com a sua e deitamos na cama. 

Neymar on 
Sentir que ela era minha novamente com certeza era agradecer a Deus por todas as rezas em que fiz a ele. Desapontei seu sutiã, massageei um seio enquanto chupava o outro e a ouvia gemer de prazer ao descer meus dedos por dentro da saia. Tirei rápido o pano, deixando que ela ficasse nua a minha frente e por alguns segundos eu a admirei. Admirei por estar com saudade do seu corpo e de saber que ele é tão meu quanto eu sou tão dela. Subi minha boca para juntar com a sua novamente e ela inverteu de posição ficando por cima. Minhas mãos pararam nos seus cabelos, os amassando, ao mesmo tempo em que, ela rebolava em meu colo e ia descendo sua mão para desabotoar minha calça. Como eu estava com saudade disso!!! Assim já nus, ela pegou um preservativo na gaveta — nunca esqueceu onde ficava — colocou e me ajudou a penetrar. Desci minhas mãos para sua bunda, fazendo ela rebolar em meu membro e ia aumentando a velocidade da penetração. Chegamos ao ápice depois de algumas invertidas, permaneci dentro dela por alguns segundos e depois de encerramos o beijo com selinho, levantei e quando voltei ela estava de pé, vestindo minha blusa e vendo Barcelona de longe pela sacada. 

Junior: Quero saber se eu não ganho daquele lá. – a virei e juntei nossos corpos com as nossas pernas entrelaçadas. 
Julie: Você ganhou meu coração. – sorri com ela massageando meu cabelo e coloquei minhas mãos na sua cintura. – Isso é o mais importante. 
Junior: Eu te amo. – ela riu. – Não me canso de falar pô e não vou me cansar nunca. Quero ver você usando de novo o anel que eu te dei, quero declaração no Instagram, quero beijo de bom dia, mensagem no whatsapp, FaceTime... 
Julie: Tá muito exigente.
Junior: Tô nada. A gente não voltou a namorar? 
Julie: Nanananão. – aaaah meu Cristo – Voltamos a se falar, a se beijar, a transar, mas eu sou uma moça direita e quero pedido formal de namoro. – ri. – Tô falando sério. 
Junior: É? – abri os braços e gritei. – JULIETA MORAES SCHÜTZ, VOCÊ QUER NAMORAR COMIGO? 
Julie: Que vergonha! Para de ser bobo! 
Junior: Segundo pedido oficial de namoro feito com direito a Barcelona inteira ouvir. Agora eu quero ouvir a resposta. 
Julie: Besta! Acha mesmo que eu ia recusar? Sempre fui sua. Só sua. Pode ter Cris, Trapp, Caio, quem que for, mas eu vou continuar te amando. 
Junior: Fica dentro do meu peito sempre uma saudade – riu porque eu imitei os traços do Alexandre Pires cantando. – só pensando no teu jeito, eu amo de verdade. 
Julie: Tô fazendo amor com outra pessoa, mas meu coração vai ser sempre seu. 
Junior: Não consigo imaginar você lá com o Trapp e eu aqui parecendo que ia morrer. 
Julie: Nossa, dramático, você pegou várias enquanto eu estava com Trapp. 
Junior: Pensando em ti. – admiti. – Só pensando em você. 
Julie: Sei... 
Junior: E quando o desejo vem é teu nome que eu chamo, posso até gostar de alguém, mas é você que eu amo... voooocê que eu amo!!! 
Julie: Ainda bem que você escolheu ser jogador de futebol porque de cantor não ia nem chegar perto do estúdio do Ricky Bonadio. 
Junior: Esnoba que é assim que eu gosto. – rimos. Ouvimos o barulho da porta ser aberta e era o Jota entrando. – Queria ver se a gente tivesse em pleno orgasmo aí você entra assim 
Jota: Trancava a porta. – revirei os olhos. – Marcelinha tá perguntando se vocês não querem torta alemã. 
Junior: Alemã não. – os dois riram. – Pô, Marcela, fazia qualquer torta. 
Julie: Deve ter aquela de morango que estava lá na mesa. Vem, vamos descer. 

Neymar off

Quando descemos Rafaella veio gritando de um lado, Frederico do outro, Marcela toda feliz e o Poker latindo por conta da histeria.

Rafa: Cretina nem conta. – revirei os olhos. Fomos pegar a torta na cozinha, voltamos pra sala e lá estava os desocupados jogando FIFA. – Não sabem fazer outra coisa.
Fred: Sei te beijar. – piscou.
Gil: Tirou onda o moleque ô!
Rafa: Ai cala a boca!!! – o telefone dele tocou, mas rápido ele desligou. – Quem era, amor?
Fred: Ninguém.
Julie: Frederico, o que você aprontou?
Fred: Era desconhecido. Vou atender desconhecido? Não né.
Rafa: Hm.

Alguns dias atrás, a Rafa me contou que uma tal de Samantha ainda ligando pro telefone do Fred direto e ele sempre desliga. Eu sei que eles já ficaram, Rafa também sabe disso, mas já faz tanto tempo que não tem um motivo especial para ela ligar agora né? Ou teria? Depois do jantar, ele voltou todo estranho e quando eu perguntei deu a maior patada indo em direção ao jardim. Junior foi lá conversar com ele e depois os dois voltaram. Ai meu coração!

Rafa: Tá nada bem né? Era a Samantha?
Fred: Era. – ele coçou a cabeça. – Ela tá grávida.
Julie: E o que... Frederico, você é o pai?
Fred: Não! Não sou, eu juro! A gente transou, ok, mas foi com proteção e não furou, eu juro!
Rafa: De quantos meses? – ela já estava começando a chorar e eu abracei. – Quanto tempo?
Junior: Foi no mesmo período que vocês começaram a ficar. Ele ficou com você aqui e depois voltou pro Brasil e ficou com ela, mas tá dizendo que não é o pai.
Rafa: EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTAVA COM DUAS AO MESMO TEMPO! ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA NÉ?
Julie: Calma, Rafa.
Rafa: EU TE ODEIO, FREDERICO! CANALHA! VOCÊ VAI ASSUMIR ESSA CRIANÇA!
Fred: Amor, eu juro que não sou o pai! Olha, eu pedi para ela fazer o teste de DNA ainda na gravidez, demora um pouco, claro, mas...
Rafa: Mas enquanto esse teste não sair, você não vai encostar em mim entendeu? – ele assentiu calado. – Eu vou subir porque tô com dor de cabeça. Arruma um quarto pra ficar.
Fred: Você... tá terminando?
Rafa: Até sair o teste eu preciso de um tempo pra pensar. – limpou as lágrimas. – Boa noite.
Julie: Eu tô com vontade de esganar essa tua cara, Frederico! Não é nem pelo bebê que eu sei que se dê positivo, você vai assumir a criança, mas por ter ficado com duas ao mesmo tempo! Ficou com a Rafa aqui e depois voltou pra transar, ainda por cima, transar com uma qualquer!! Pelo amor de Deus... eu vou dormir porque pra mim já deu. – virei de costas, fui subindo as escadas e parei na metade. – Reza, Frederico, se apega a todos os Santos para que o que você esteja dizendo seja verdadeiro porque se não, nem eu e nem a Rafa vamos mais olhar nessa sua cara!

Passei o final de semana em Barcelona, fui assistir ao jogo do Barcelona, Junior jogou mais ou menos e quando cheguei em casa, fui arrumar minha bolsa porque na situação em que estávamos eu já não trago mais nem mala.

Junior: Ainda tá chateada com o Fred? – me abraçou e beijou minha nuca.
Julie: Pela filha da putisse sim. – ele riu e eu virei para lhe encarar. – Mas o que você quer?
Junior: Dengo. – fez biquinho e eu mordi. – Daqui a pouco você vai para Londres e tudo volta ao normal.

Segurei na sua nuca, puxei seus lábios e iniciamos um beijo lento. Deitei meu corpo no sofá, sua mão passou a massagear meu cabelo e a outra apertar minha coxa. Não queríamos parar nunca, mas fomos atrapalhados pelo Gil, Jota Álvaro entrando.

Álvaro: Desculpa aí, casal...
Junior: Empata foda do cacete... – deitou a cabeça na minha barriga, esticou a perna e ligou a TV selecionando um filme qualquer enquanto eu fiquei fazendo massagem. – Sentem aí que já atrapalharam mesmo.
Gil: Ficou putinho o major. – riu e ele revirou os olhos.
Jota: Vocês já planejam filhos?
Junior: Eu quero, ela não.
Julie: Para com isso!!! – bati no seu ombro. – Eu quero, mas não sei se vai ser pra agora. Por que, Jotinha?
Jota: Quero sobrinhos.
Junior: Digo o mesmo. – gargalhou. Ninguém aguentou ali.
Jota: Se foder ow!
Álvaro: O dia que o Jota for pai esse mundo tá perdido.
Gil: Ninguém acreditava no major e olha aí.
Junior: Sou foda pô. – apertou em alguma coisa e eu vi depois que ia começar Tripo X 2: Estado de Emergência. – Vou gravar um filme tipo esse.
Julie: Não confunde ator com jogador, amor.

Eu gostava de brincar com ele porque logo ele pegava corda. Percebi que meu celular apitou no meio do filme e sorrir com a foto e com a descrição dela. Como não se apaixonar por esse menino???

@neymarjr: Notas sobre ela: Me ensinou a ser homem, a ser capaz, a amar. Me ensinou a ouvir MPB sem criticar, ensinar sertanejo mesmo que cinco minutos ela esqueça quem canta, me ensinou a concordar com a Gal Costa que quando eu olho para ela, meu rosto me entrega, meu sorriso me entrega... não esqueça que eu também te amo. ❤️

(...)

Desci para pegar alguma coisa que eu não lembro haha daquelas típicas perguntas que você faz pra si mesma: "o que eu vim fazer aqui?". Mas antes que eu perdesse a viagem, a campainha tocou e quando fui atender dei de cara com o Hadrian segurando o tal envelope que ele deve ter recebido quando o mandei assim que voltei. 

Hadrian: Boa tarde. – disse sério. O tom dele me intimida. – Devo entrar ou você tá ocupada?
Julie: Entra se for falar rápido. 
Hadrian: Gosto desse tom grosseiro. – entrou sorrindo, fechei a porta e ele ficou alguns segundos analisando a casa até continuar com o seu veneno. – Seu tom grosseiro me lembra de quando eu era mais novo... somos tão parecidos, baby. – tocou no meu rosto e eu me afastei. 

Aquelas mãos nojentas me tocando... antes que eu pensava em alguma coisa vi o Junior abrindo a porta com uma caixa nas mãos. Eu tinha esquecido que ele ainda tinha a chave e provavelmente a caixa era de coisas que eu tinha deixado lá em Barcelona. 

Junior: O que esse cara tá fazendo aqui? 
Hadrian: Boa tarde, Neymar. – como consegue ser assim, meu Deus? Junior deixou a caixa no sofá e veio na minha direção. – Pode ficar tranquilo que eu não vou fazer nada com a minha filha. 
Junior: Então já pode se retirar. – olhou para as mãos dele. – Que isso aí? 
Hadrian: É o que a sua namorada me mandou. Uma ameaça a minha fama e a prova de que ela é interesseira. 
Junior: Você chama isso de interesseira? A Julieta não faz mais do que a obrigada de mostrar quem escreveu a carta e entregou depois de anos! Não fez mais do que a obrigação de provar pra esse mundo quem você é! Agora faz um favor, inclusive, pra humanidade? VAZA! Sai daqui antes que eu arrebente essa sua cara de cínico! 
Hadrian: Calminha aí, jogador... – Junior tentou avançar, mas eu lhe segurei. – Já disse que não vou fazer nada, se ela também não fizer. 
Junior: A casa caiu, mermão. Ou tu dá o fora ou eu vou ter que lhe expulsar do meu jeito? 
Hadrian: Calma! Já tô saindo. – senti que ele ficou inseguro. – Até qualquer hora, filhota. 

Ele deu as costas, abriu a porta, a fechei, trancando em seguida e só relaxei quando vi seu carro catar pneu pelas ruas molhadas da chuva que caíra anteriormente. Quando iria dobrar o sofá, vejo a caixa se balançar e o Junior rir. Ai meu Deus! Olhei direito e tinha um filhote de Golden — parecido com o Marley e um pouco do Poker — dentro. 

Julie: Meu Deus que coisa linda!!!! – o peguei colocando no colo. – De quem é? 
Junior: Seu. – sorriu e se aproximou. – Eu sei que você passa muito tempo sozinha nessa casa e que nem sempre eu posso tá aqui, então, esse é o nosso segundo filho. 
Julie: Você é louco sabia? – selei seus lábios. – Obrigada primeiro por ter me defendido e segundo... bom, pelo visto é macho né? 
Junior: Otto. – passou a mão nos seus pelos. – Né filho? 
Julie: Não, Junior, ele tem cara de Lord 
Junior: Não, amor, Lord não... – o pegou do meu colo, sentamos no sofá, e ele olhou pra cara dele. – Tem cara de Vin Diesel
Julie: Pelo amor de Deus! Tem cara de Einstein. 
Junior: Ih, amor, imagina fica chamando o menino de Aístén. – ri. –  Dá certo não. 
Julie: Então qual nome? 
Junior: Batman. – o Golden latiu. – Ó, gostou de Batman pô! Vai ser Batman! E cadê meu filho? 
Julie: Tava dormindo... – olhei pra escada e vi ele se segurando na barra enquanto ia descendo lentamente. – Acordou. 
Junior: Vem cá, filhão. – ele saiu correndo e pulou no colo do Junior. – Olha o au-au da tia. 
Davi: Qual o nome tia? – passou a mão na cabecinha dele que deitou no meu colo. – Flash? 
Julie: É Batman, meu anjo, gostou? 
Davi: Aham. – sorriu. Aiiiii por que tão lindo? – Tia, tô com fome. 
Julie: Igual o pai. – ri. – O que cê quer comer? A tia faz. 
Davi: Tem aquelas bolachas de chocolate? 
Julie: Cookie? – ele assentiu. – Vem que a tia faz. – levantei e deixei o Batman no chão. 
Junior: Espera aí, amor, vou com vocês 
Davi: Tá com fome, pai? 
Julie: Sempre tá. – rimos e o Junior revirou os olhos. – Cookie só de chocolate? 
Davi: Aham. – balançou a cabeça afirmando. 
Julie: Quer me ajudar? – Junior sentou e o Batman foi andando pro jardim. Tá se familiarizando com a casa. Davi concordou, peguei um banquinho pra ele me ajudar. – Primeiro lava as mãozinhas que a gente ficou brincando com o Batman. 
Davi: É rápido de fazer? 
Junior: Num estalar de dedos tu tá comendo, filho. 
Davi: Ebaaa!!! – eu não aguento. Ri, beijei sua cabeça e pedi os açúcares (isso inclui o mascavo) enquanto separava a manteiga e a farinha de trigo. – Agora faz o que? 
Julie: Amor, pega dois ovos na geladeira. – Junior levantou, me entregou os ovos e selei seus lábios. – Obrigada, te amo. 
Davi: Manda coração, tia. Papai faz isso – fez o coração com as mãozinhas – quando faz gol pra você. 
Julie: Amor ô – repeti o gesto. – Love you! – ele riu e eu voltei a atenção pra comida. – Chocolate meio amargo em barra, chocolate em pó e essência de baunilha. 
Junior: Olha eu vou comer o primeiro então faz direito! 
Davi: O primeiro vai ser meu, pai. 
Julie: Vai assistir jogo vai, Junior! O Liverpool tá jogando. 
Junior: Ih o Couts! – levantou e saiu correndo enquanto ajeitava a calça que tava caindo. – Qual canal, amor? 
Julie: ESPN. 

Ajudei o Davi a preparar os cookies. Misturei a manteiga, açúcar mascavo, açúcar, essência de baunilha e chocolate em pó, quebrei um ovo (peguei outro de reserva), Davi riu do barulho e eu tirei aquela gordura nojenta que fica na gema sabe? Bati e coloquei na mistura. Pedi pro Davi pegar a farinha e ele foi colocando aos poucos enquanto eu ia misturando todos os ingredientes. Por fim, eu coloquei o fermento e misturei para incorporar a massa (bem chef falando mesmo né? Mentira, tá assim escrito na minha receita). Cortei o chocolate em barra, formei as bolinhas pequenas, deixei num papel manteiga e coloquei no forno.


Davi: Vai demorar quantos minutos? 
Julie: Quinze a vinte. Quer pipoca? Aí a gente come enquanto assiste o jogo. – Batman começou a latir e eu acho que era pelo cheiro. – Vish, quer também filho? Só vou lavar minha mão por conta do ovo. 
Junior: Batman, vem cá com o papai! – ele saiu pulando mais do que correndo. Essa bolinha de pelos na minha casa não tem condições. – Vem, Davi! 

Terminei de lavar minha mão, olhei pro cookie e contei no relógio. Preparei a pipoca, separei nas vasilhas, esperei os cookies e fui em direção à sala vendo a palhaçada do Junior fazer cosquinha no Davi enquanto deixava o Batman no sofá quase doido. 

Julie: Tem espaço pra mim, para pipoca e para os cookies? – sentei do lado Junior, o abracei e beijei seu pescoço. – Tá um a zero pro Liverpool? 
Junior: Gol do moleque Coutinho. 
Davi: Golaço, tia. 
Junior: Aprendeu comigo né? Ensino bem, pai. 
Julie: Se acha. – coloquei as mãos no seu rosto, fazendo o virar pra mim e aproveitei que o Davi tava distraído para lhe beijar. Ele colocou uma mão na minha cintura enquanto a outra ia para os meus cabelos, os puxando enquanto intensificávamos o beijo. Paramos com o selinho e o olhei sorrindo. – Te amo, te amo, te amo! 
Junior: Também te amo. Fico louco quando a gente se separa, então, faz mais isso não! 
Julie: Se você parar com a leseira, eu paro. 

Ele riu, beijei seu pescoço e voltamos a prestar atenção no jogo. Não troco esses momentos por nada. 

Nota Final:

A pedidos de todas... voltaram!!!!!!!!!!!! O capitulo em si, em particular, eu não gostei, mas vai da opinião de vocês. O que será que vai acontecer com Fredella?? E o pai da Julie? Cenas para o próximo capitulo! Obrigada pelos comentários no capítulo anterior e até o próximo!!! 💗